A manifestação da sexualidade permeando nosso cotidiano.
Não me lembro do filme, era um lançamento da época, e faz muito tempo. Mas uma cena ficou na minha cabeça, décadas e décadas após... a jovem molha seu mamilo numa bebida e oferece à boca do homem. Confesso, me deixa excitada até hoje. Segredos à parte, é sobre esse erotismo que iremos conversar.
Rita Cadillac, aposentada de seu mundo erótico, relata em seu filme que, quando no início da função de dançarina do Chacrinha, pedia seu maiô tamanho 38, quando, na realidade, usava 42. Uniu a inteligência ao erotismo – destacou seus “atributos”, que na época não eram assim, digamos, tão expostos. Anitta, a rainha do funk brasileiro, abusa do erotismo no palco, nas músicas e nos clipes. Numa época em que uma bunda é “só” mais uma bunda, Anitta recria um erotismo que atrai o pobre e o rico, o negro e o branco. Une tecnologia, sensualidade e o principal ingrediente, a rotina humana – não é pra qualquer um a ideia do vídeo “vai malandra”: marquinha de sol na laje, caminhão Mercedes velho e bunda com celulite. Não à toa, a jovem chegou ao auge da carreira tão cedo, muito inteligente ela. A combinação bumbum e cérebro juntos é escassa no mercado.
Numa época de troca de “nudes” e pornografia descarada, o erotismo vem com roupagem nova: a mulher vestida, com uma roupa sensual, provocativa, porém não apelativa, conquista a preferência de muitos homens saturados de tantos corpos nus expostos pela mídia. A internet tem grande parcela na proliferação do mercado erótico “baixo” – até para a manifestação sexual vale a regra de ouro “o menos é mais”. Mais roupas, menos pele aparente – homens e mulheres desejam se descobrir. Luzes baixas, aos poucos a intimidade vai ganhando claridade (eu particularmente gosto do escuro). Olhares, bocas, trejeitos, cabelos soltos, toques suaves – muitas são as formas de manifestar o desejo, sem palavras e sem apelações.
Meus parceiros piram quando sugiro uma mesa de canto num restaurante, preferencialmente com toalha longa: meus pés sabem bem acariciar um homem. E o carro? Quantas “brincadeiras” são possíveis, com responsabilidade é claro. Sem contar garagens subterrâneas, elevadores e tals. Adultos responsáveis não cometem atos impensáveis, apenas os iniciam, com carinho e responsabilidade. Sem contar o quanto é excitante cozinhar a dois – vinho e desejo se combinam perfeitamente. O tesão que dá num homem ver sua mulher vestida com uma camisa dele, sem sutiã. E por aí vai, a mente humana tem uma criatividade inesgotável quando bem utilizada.
Sem contar as massagens... ah as massagens... são um capítulo à parte no erotismo. Um corpo bem tocado, com calma e delicadeza, com pressão nos lugares certos, quase como uma pena em outros lugarzinhos... perfeito para enlouquecer a outra pessoa. Mas vá com calma... aos poucos. Erotismo é um manjar dos deuses quando bem planejado e executado.
Para você que curte um fetiche, não há mal nenhum desde que o desejo esteja sobre o seu controle e não cause dano a outra pessoa. Lembro-me de ter ido a um evento, onde uma bonita jovem estava com um vestido discreto, porém sem sutiã. Os seios apenas marcados sobre a roupa, com muita sutileza, deixavam os homens hipnotizados; e ela estava acompanhada, imagino o prazer que seu homem estava sentindo com aquela situação. Coisas de gente adulta.
Enfim, da Rita Cadillac, passando pela Anitta, chegando a jovem sem sutiã, o erotismo está presente na vida de todas as pessoas, basta apreciá-lo e vivê-lo. Afinal, “é bom para o moral”, segundo Rita.
Silvia Delforno, terapeuta corporal com abordagem tântrica.
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