Publicado em 07/05/2021
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Comendo emoções – a comida como combustível
Nesse artigo vamos entender
a fome emocional e a fome física
e os motivos da compulsão.
Ouça seu corpo!
Ok, ele pede um chocolatinho. Todo dia ele pede e tem dia que ele pede mais que isso: pede lanche, fritas, refri e sorvete. Tudo junto.
A comida é o combustível mais acessível para as emoções, entre elas a ansiedade, o mal da vida moderna. O sujeito se frustra, ele come. O sujeito fica triste, ele come. Magoa-se, come também. Término de relacionamento, bronca do chefe, mudanças necessárias, falta de dinheiro, ou seja, pressões do dia-a-dia são compensadas com comfort food, a comida que conforta. Não saber lidar com as emoções faz a pessoa usar a comida como “muleta”. Comida é motivo de comemorações, tradição familiar – está no DNA essa definição. Mas comida também é usada para “tampar buracos” emocionais – felicidade e tristeza, emoção positiva e negativa é motivo para encher a boca e, quanto mais calórico o alimento, mais satisfação se tem. Desconheço quem chora suas mágoas comendo couve-flor.
Atualmente, além das emoções já citadas, tem a questão do confinamento gerado pela pandemia. O alimento está também sendo usado para atenuar as mudanças e o desespero que invadiu o mundo no último ano. O distanciamento social, somado às incertezas do futuro, aliado ao convívio maçante com familiares, resulta em orgias de fast food.
As maiores causas da fome emocional são: alívio de angústia, forma de sair da realidade, punição, conforto, recompensa. Nós, seres humanos, somos comandados pelas nossas emoções, logo, usamos alimentos calóricos para “lidar” com elas.
A fome física não escolhe o alimento, traz saciedade, tem distância entre uma refeição e outra, o estômago dói e falta energia. Já a fome emocional não se contenta com qualquer alimento, ela chega bem próximo à última refeição, não traz saciedade (o famoso “comer até explodir”), não tem sinais físicos.
Você se identifica com as palavras acima? Então vamos lá! A primeira questão é parar, respirar e analisar o que te leva a comer sem fome: meus hormônios estão regulados? Uma visita ao endocrinologista é bem-vinda para quem come emoções. Eu me acho bonita/o? Inteligente? Magra/o? Sensual? Bem-sucedida/o? Conhecer-se é primordial para entender as suas emoções. Seres humanos são caixinhas de surpresa emocionais e a terapia é grande aliada nesse processo – cancele seu medo e preconceito e procure ajuda profissional para entender realmente o que sua mente e seu corpo estão fazendo com você. A frustração aparece onde há excesso de expectativa; a tristeza acaba com a alegria e a mágoa se esvazia com a leveza. Não é impossível livrar-se do vício da comida. É preciso muita força de vontade.
O primeiro passo para a cura é fazer um diário emocional/alimentar: o que senti? O que comi quando senti? É importante colocar no papel e ler sempre.
Além da terapia, os esportes e a meditação são fontes de prazer e substituem a comida quando usada como fuga. Está magoada/o? Corre que passa.
É necessário disposição para descobrir novas formas de prazer, como ler um livro, assistir um filme ou fazer caminhada. Também é necessário cortar as compras de alimentos calóricos para evitar estragos e investir em alimentos de baixa caloria. É um processo longo, mas vale a pena. O que não pode é se cansar do home office, comer um pote de Nutella e depois investir no Ifood.
A fome física é saciada com bons alimentos. E quando apertar a necessidade de comer por emoção, liga para amigos ou familiares, respira profundamente e entende o que está acontecendo com você, identifica seu sentimento.
Encontrar outras formas de resolver sentimentos além da comida é extremamente necessário para se livrar desse vício tão maligno quanto álcool e entorpecentes.
É preciso respeitar a fome e a saciedade – inclusive a medicina chinesa diz que se deve sair da mesa com fome. A saciedade chegará.
É preciso comer com os olhos – cores diversas no prato. Além de comer devagar, saboreando os alimentos. Mastigar bem (no mínimo dez mastigações a cada mordida ou garfada), para sentir o sabor do alimento. Comer devagar... O alimento deve ser um prazer, tamanho o privilégio que é ter alimentos à mesa.
Cadê a emoção que estava aqui? Eu comi! Não, não... eu entendi!
Redação:
Silvia Delforno, terapeuta corporal com abordagem tântrica.
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