Começamos com esse artigo, nossa nova coletânea, cujo assunto será os temperamentos humanos. Vamos juntos entender de onde vêm esses famosos “gênios indomáveis”. Não se espante se ao decorrer dos artigos você se reconhecer ou reconhecer pessoas pelas características e atitudes descritas.
O estudo das diferenças individuais sempre despertou curiosidade entre teóricos, pesquisadores e leigos. Diferente comportamento, traço ou característica é observado em cada pessoa e correlacionado com seu humor. Como humor entende-se os fluidos correndo pelo corpo, determinando o ânimo para a vida. Do latim umor, que significa fluido corporal.
A observação se inicia com o pai da medicina ocidental, Hipócrates, no século IV/V A.C., desenvolvendo a teoria dos quatro humores corporais para explicar os estados de saúde e doença. Com a ajuda da filosofia, disserta "On the Nature Man", onde deduz dos quatro elementos primários do universo - terra, ar, fogo e água - quatro qualidades: calor, frio, úmido e seco, as quais foram relacionadas a quatro fluidos corporais - sangue, fleuma, bile branca e bile negra. O equilíbrio adequado entre esses humores estabeleceria a saúde, e o desequilíbrio causaria a doença.
Foi com o médico e filósofo Cláudio Galeno que a medicina baseada em Hipócrates chegou ao seu ápice. Ele expandiu a teoria, relacionando-a as inclinações emocionais e comportamentais dos indivíduos. Logo, desenvolveu a teoria dos humores/temperamentos, que consiste na hipótese de que cada corpo é formado pelos quatro elementos, de forma que cada pessoa nasce com um predominante. Para Galeno havia uma relação direta entre os níveis de humores no corpo e as inclinações emocionais e comportamentais, que ele chamou de “temperamentos”. De lá pra cá, os temperamentos são estudados pela psicologia, servindo como importante ferramenta a nós, terapeutas.
O nosso temperamento diz muito a nosso respeito e compreendê-lo é importante para que nossas relações sejam mais leves e saudáveis. Quando a gente se conhece de verdade, a gente evolui.
Diferenciando temperamento de personalidade.
Temperamento – traços que nascemos e morremos com eles. Por isso é tão necessário conhecer e saber conviver. Todos nós possuímos os quatro temperamentos, porém um domina e outro pré-domina. Nosso temperamento determina nossas emoções.
Personalidade – persona = máscara. A personalidade é formada pela nossa educação, família, nossa vida social e nossa psique. É o conjunto do meio em que vivemos, levando em conta os medos, rejeições, inseguranças. Nossa personalidade determina nossas ações.
Temperamento e personalidade se interligam.
Os tipos de temperamentos:
Sanguíneo – remete à pessoa que possui excesso de sangue. Seus atributos são alegria, otimismo, confiança. São comunicativos, impulsivos e medrosos. Representado pelo elemento ar.
Fleumático – remete à pessoa que possui excesso de fleuma (muco secretado por membranas mucosas do corpo humano). Caracteriza-se pela sensibilidade, pela calma e vagarosidade. São metódicos e diplomatas. Representado pelo elemento água.
Colérico – remete à pessoa que possui excesso de bile amarela. São os “mandões”. Corajosos, explosivos, empreendedores, decididos e intuitivos. Representado pelo elemento fogo.
Melancólico – remete à pessoa que possui excesso de bile negra. São os sábios, sensíveis, dramáticos, solitários e inteligentes. Também perfeccionistas. Representado pelo elemento terra.
Segundo o psiquiatra suíço Carl G. Jung, numa visão romantizada, o ar remete ao pensamento. A água ao sentimento. O fogo à intuição. A terra à sensação.
Quando falta fogo, sobra água. Quando falta água, sobra fogo. Quando falta terra, sobra ar. Quando falta ar, sobra terra.
Quando falta intuição, sobra sentimento. Quando falta sentimento, sobra intuição. Quando falta sensação, sobra pensamento. Quando falta pensamento, sobra sensação.
Parece confuso? Não é. Nos próximos artigos falaremos sobre.
Redação:
Silvia Delforno, terapeuta corporal com abordagem tântrica.
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