Novidade na vida dos humanos em geral, o isolamento nos faz refletir sobre nossas ações e nossos pensamentos cotidianos. Abaixo uma explanação ligando os sete pecados capitais ao distanciamento social.
Seguimos com o isolamento social como forma preventiva do alarde da pandemia gerada pelo novo coronavírus, conscientes do nosso papel social e protegendo nossa saúde e dos nossos, diante de um quadro mundial assustador. Enfim, passaremos por esse momento também, como tudo passa.
Porém, o confinamento nos leva a entrar em contato com nossos pecados capitais e o quão difícil é domar nossos desejos e, por consequência, o quanto queremos prazer. Prazer imediato, que nos afaste das nossas sombras.
Gula – começamos por esse, que é o desejo por comida e bebida e está relacionado ao nosso egoísmo. Prova disso são os estoques de comida praticados por muitos diante da situação do isolamento. Cada um que se preocupa apenas consigo e com os seus, pode levar outros a ficarem sem. E a gula se manifesta com intensidade nesse momento devido à compensação que fazemos, ingerindo mais comida como uma forma de dispersar o ócio e amenizar a ansiedade da incerteza econômica gerada pela situação. Além da comida, a bebida também pode ser válvula de escape da realidade, causando danos maiores do que os apontados na balança. A virtude contrária é o equilíbrio.
Avareza – o apego excessivo ao dinheiro e bens materiais. Canais de comunicação em massa relatam os depoimentos de empresários enfatizando a matemática ao invés da empatia. Questionam que xis mil mortes não valem o descontrole da economia mundial. É um olhar bastante avarento, mesmo do ponto de vista matemático. Fora o que pode vir a acontecer devido o apego das pessoas a bens materiais, lembrando que é a saúde e a vida que estão em jogo. Muita calma nessa hora. A virtude contrária é a generosidade.
Luxúria – nossos prazeres carnais, manifestados por nossa sexualidade extrema, excitação e sensualidade. No isolamento, ficamos impedidos de transitar sem a extrema necessidade - confinados, muitas vezes em casa, com nossos relacionamentos desgastados e rotineiros, e, em muitos, a libido aflora e a perversidade domina o pensamento. Para acalmar a situação, é necessário o controle dos desejos, respirando profundamente, distraindo-se com outra atividade, lendo contos eróticos (para o caso de extremo desejo), e praticando a masturbação. Lembrando que o excesso de pornografia nos faz mal. A virtude contrária é a castidade, abstinência.
Ira – sentimento de sentir e demonstrar raiva e ódio por alguma coisa ou por alguém. Forte desejo de causar mal ao outro. A situação da pandemia é mundial, é uma calamidade nunca vista por nossa geração e não há culpa, senão a nossa mesma em usar tanto o planeta e fazer tão pouco por ele. Mas algumas pessoas podem levar a situação ao extremo – em isolamento convivemos com nossas sombras, pois pouco tempo na vida passamos em nossa companhia. Pode nos levar a brigas e discussões com familiares, por motivos fugazes, falta de paciência e incompreensão. É um momento de união, de humildade e amor ao próximo. A virtude contrária é a paciência.
Inveja – alguns se isolam no seu lar humilde, outros ostentam a quarentena em casas luxuosas, iates, rodeados de mordomia e coisas boas. Alguns perderão seus empregos, outros levarão vantagem com a situação. Lembrando que todos nós estamos no mesmo barco, visto que o vírus não distingue condição social. A época é de união, perdão e auxilio ao próximo. A virtude contrária é a caridade.
Preguiça – uns tomam as dificuldades como aprendizado, outros como tragédia. A preguiça é a falta de interesse, de capricho, de empenho que temos para com a vida. Falta força de vontade de fazer as coisas dar certo - esperar menos do mundo e mais de si.
Falta vontade de viver, de vencer. Você que está em isolamento, já tirou seu pijama hoje? É o início de uma nova era, tenha vontade de viver e de ser feliz. A virtude contrária é a ação.
Soberba – associada à vaidade e a arrogância. Talvez seja amiga íntima da inveja. O barco é o mesmo, ninguém é melhor do que ninguém. Estamos assistindo ricos e pobres morrendo pela mesma doença. Não se sinta diferente do seu vizinho. Nem mais nem menos. São novos tempos e, longe de alguma apologia apocalíptica, podemos perceber que juntos somos mais fortes, inclusive no isolamento. A virtude contrária é a humildade.
É tempo de pensar e avaliar nossas ações. O mundo não será mais o mesmo após a pandemia. Nem eu serei a mesma. Nem você.
Redação:
Silvia Delforno, terapeuta corporal com abordagem tântrica.
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