Publicado em 31/03/2023

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Finalizando a série "março, mulher", trazemos as alegrias e tristezas que faz a mulher tão forte.
Você se gradua, perguntam se você não trabalha na área. Você compra um carro, perguntam como você pagou. Você é morena, falam que você seria melhor loira. Seu peso virou sua representação - ou você é magra ou gorda, seu biotipo não conta. Se você usa maquiagem, você é vulgar, se não usa, você é desleixada. Se você namora, perguntam quando você irá se casar. Se casa, perguntam quando virá o bebê. Quando chega o bebê, perguntam quando virá o irmãozinho. Se você é lésbica, você tem uma doença. Se você está num relacionamento tóxico, eu tentei te avisar. Se você foi traída, desculpe-me, mas você fez por merecer.
Se você usa roupa longa, você é crente. Se usa roupa curta, é piriguete. Se você se arruma, você é metida. Se você não se arruma, você é uma zezona. Se você estuda, você pensa que é melhor do que os outros? Se você sonha, te acordam. Se você defende os animais, você é insuportável. Se você defende uma causa, você é uma chata. Se você vive uma vida normal, você é só mais uma.
Das mil e uma dicas que existem na internet e dos mil cursos vendidos nas redes sociais, talvez nada nos ensine como contentar o outro sendo uma mulher. Nascer mulher num mundo patriarcal, numa sociedade machista, é para as fortes.
E como ser forte sendo uma mulher?
Aprenda a defender-se. Deixe de lado o pilates, a esteira e a dança de lado e vá a luta (ou acrescente a luta nas suas atividades). Luta é coisa de menina, sim. Até porque existem profissionais e academias que ensinam os golpes, apenas; não sendo necessário o combate. A luta, além do trabalho físico, exige disciplina, atenção, foco e seriedade. Portanto, você ganha força. Não apenas muscular, mas força para enfrentar a vida. Além de, se houver necessidade, conseguirá lutar contra o inimigo até conseguir ajuda.
Como os índices de feminicídio não param de crescer no mundo inteiro, é insustentável uma mulher colocar-se no papel de vítima indefesa. Vaí pra cima, lute para manter-se viva. É claro que nenhuma mulher gostaria de passar por essa situação, mas é preciso acordar para a realidade e ganhar força. O muay thai, o krav magá, as artes marciais, o boxe - tudo ajuda. Vá a luta, mulher. Fortaleça seu físico - fique magra e forte e enfrente seus problemas, como uma mulher.
Estude. Ninguém rouba seu conhecimento e ele é o maior exemplo que você pode deixar aos seus filhos. Vai estudar! É complicado? Mais complicado é viver às custas de outros e não ter autonomia financeira. Sonhe alto, almeje carreiras promissoras. Saia dos empregos primários, seu lugar é mais no alto. Dispute com homens por boas vagas, sem medo. Conquiste seu lugar no mundo. Seja uma empreendedora, saia do anonimato.
Cure-se da dependência emocional. Oito a cada dez mulheres carregam dentro de si traumas, rejeições e abandonos que a levam a dependência de outra pessoa, geralmente do companheiro. E um homem mal da conta do seu emocional, quanto mais sustentar a falta de amor-próprio de uma mulher. Se você se sente dependente de alguém, procure por ajuda. Você precisa reconhecer o que falta em você e completar, sozinha. Fácil não é, mas é possível. Reconhecer que seus relacionamentos são repetições de escolhas erradas é o primeiro passo para a cura. Dá pra encarar a vida sozinha, sim, mulher.
Goste de você. É obrigação sua gostar de você. E quanto mais amor houver, mais forte você será. A vida não é fácil, mas ela pode ser leve. Julgue-se menos. Não permita-se ser humilhada. Não sinta-se inferior a ninguém, todos estamos no mesmo barco. Não subestime seus sentimentos. Não faça nada por obrigação. Aprenda a falar não. Aprenda a ouvir sim.
Seja forte, como uma mulher.
Redação:
Silvia Delforno, psicanalista.
"Ajudando você a viver de forma mais leve, com mais plenitude e realizações".
Sessões on-line e presencial.
Informações: whatsapp - 11 971182440.