Publicado em 07/12/2023
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Não raro encontramos uma mulher que sonha com seu princípe na esperança de viver o felizes para sempre. Mas seria mesmo necessária essa incansável espera?
Ela vivia feliz com seu pai até ele se casar com uma mulher que tinha outras filhas. O pai morreu. A madrasta revelou-se uma mulher interesseira e deixou a filha legítima de seu falecido marido em difícil situação, colocando-a numa posição de inferioridade e serventia.
Numa noite de um grande baile, uma fada madrinha aparece e transforma a pobre jovem, que havia sido negligenciada para o evento, numa linda princesa.
Num belo vestido e numa pomposa carruagem, a jovem chega ao baile e conquista o coração do príncipe, que ansiava em encontrar uma esposa.
Meia-noite chega, ela vira abóbora e deixa seu sapatinho de cristal para trás. Com muita sorte é encontrada pelo príncipe e o conto-de-fadas vira realidade, deixando sua dura vida para trás. Seu nome é Cinderela e essa a síntese do seu conto.
Usaremos o gênero feminino para escrever o artigo, baseado na imagem da princesa Cinderela. Porém muitos homens podem se encontrar nas palavras aqui escritas.
... E viveram felizes para sempre
Em suma, a história de Cinderela mostra que um homem salva a vida de uma mulher protegendo-a, defendendo-a, provendo-a e amando-a por todos os dias da sua vida.
E muitas mulheres passam a vida esperando, confiante, pelo cavalheiro que irá curar suas dores emocionais e validará sua existência.
Embora a realidade da mulher seja de conquistas, decisões, méritos e frustrações, muitas chegam em consulta lastimando a má sorte de não ter encontrado, ainda, o grande amor da sua vida, como se, em 2023, ela estivesse presa numa torre angustiada pela vinda da sua redenção, no formato de um homem.
Essa mulher, na verdade, tem a chamada Síndrome de Cinderela, sedenta em servir e agradar ao seu amor, louca para se conectar a ele e esquecer sua verdadeira essência, pelo medo e pela ansiedade de não viver só, em sua companhia.
No padrão comportamental da Síndrome de Cinderela, a mulher (ou o homem), quando começa um novo relacionamento esquece seus sonhos, suas ambições, seus desejos e até mesmo seus gostos para se encaixar na vida do felizardo, como forma de agradá-lo, deixando pra trás sua identidade.
O grande perigo é que essa mulher deposita no outro sua felicidade e o outro nem sempre consegue alcançar suas expectativas, frustrando-a. Fora que toda Cinderela é grudenta, ciumenta, possessiva e insegura, características que afastam o parceiro.
Quando em tratamento, a grande tarefa é reconectar a mulher consigo mesma, fortalecendo-a e encorajando-a a se descobrir e curtir sua companhia.
Se você está se identificando com o artigo, continue até o final.
Não tenha medo de ser quem você é
Libertar-se das amarras sociais de "ter" que estar se relacionando para se sentir completa, e vivenciar sua solitude (gostar de estar consigo própria) é a chave para se sentir livre e viver relacionamentos reais, com os pés no chão, longe de promessas e cobranças.
Conhecer-se profundamente fará você perder o medo de ser quem você é e, finalmente, se aceitar.
Você existe sozinha
Sozinha você viaja, para onde quiser. Sozinha você convida amigos para irem ao seu apartamento. Aliás, sozinha você aluga ou compra seu próprio lar.
Sozinha você assume suas contas, pois estudou e se esforça muito no trabalho. Sozinha você pode adotar uma criança. Você pode optar por produção independente, você é dona do seu corpo e de suas atitudes.
Você pode inclusive conhecer pessoas bacanas, para iniciar relacionamentos saudáveis e satisfatórios, longe de dependência e carência.
Se for preciso, procure por ajuda e liberte-se!
Seja a Cinderela da sua vida. Deixe o sapatinho de cristal de lado e compre seu Christian Louboutin.
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